segunda-feira, 2 de abril de 2012

Li no Ferris Bueller na linha 2Você já ouviu falar de Ferris Bueller. Não importa onde você viveu, com quem andou ou cinema frequentou. Você, sim, já ouvir falar de Ferris Bueller.Muito – muito mesmo – já foi falado sobre Curtindo a Vida Adoidado e o personagem principal. Afinal, ambos habitam o consciente cultural contemporâneo, sendo o filme favorito de atores, músicos e presidentes. No entanto, este texto não vem para falar de Ferris especificamente. Afinal, Ferris Bueller

Você já ouviu falar de Ferris Bueller. Não importa onde você viveu, com quem andou ou cinema frequentou. Você, sim, já ouvir falar de Ferris Bueller.

Muito – muito mesmo – já foi falado sobre Curtindo a Vida Adoidado e o personagem principal. Afinal, ambos habitam o consciente cultural contemporâneo, sendo o filme favorito de atores, músicos e presidentes. No entanto, este texto não vem para falar de Ferris especificamente. Afinal, Ferris Bueller não existe.

Ferris Bueller não é um ser.

Ele é um código de conduta. Uma maneira de ver e agir no mundo. Podemos ainda dizer que ele é Zoroastro, o super-homem de Nietzsche ou o coringa de Carlos Alberto Parreira. Chego a essa conclusão pensando em todos os dias restantes da semana de Ferris. Imagine que o filme se passe numa terça-feira. Já imaginaram o dia seguinte?

Pois bem. Será que no dia seguinte ele foi ao colégio e chegou a tempo de pegar a chamada da primeira aula? Álgebra, no caso. Acho pouco provável. Para não dizer impossível. Seguindo essa linha de raciocínio, chegamos ao verdadeiro personagem tangível do filme: Cameron Frye.

Eu sou Cameron Frye

Inicialmente vemos um Cameron medroso e auto-piedoso, com pavor do pai e resignação de sair da rotina do seu dia-a-dia. Na verdade, Cameron tem medo do mundo e da vida que não conhece. Exatamente como uma criança no seu primeiro dia de escola, onde é confrontada com inúmeras verdades que não são as suas.

O que vemos no filme é a morte do menino Cameron e o surgimento do homem Cameron.

Esse processo só pôde ser possível graças ao dia sensacional que tivera. Ferris nada mais é do que um guia que segura Cameron pela mão e o leva até a beirada da tênue linha que separa meninos de homens. Ao se deparar com esta linha, Cameron toma a decisão de atravessá-la e concluir o ritual de iniciação para a idade adulta madura.

O filme não mostra a conversa que Cameron tem com o pai. E nem precisa. Sabemos que ele enfrentou o velho Morris Frye de frente.


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Ferris Bueller e Jung

Segundo Robert Moore e David Gillette, ao analisarem os arquétipos do masculino de Carl Jung na obra “Rei, Guerreiro, Mago e Amante. A redescoberta dos arquétipos do masculino”, um menino se torna um homem ao passar por  um “ritual” no qual ele assume o seu posto de homem maduro e deixa a natureza infantil.

Esse “ritual”, nada mais é do que uma situação onde ele entra em contato com os seus instintos primordiais representados por quatro arquétipos: Rei, Guerreiro, Mago e Amante. Cada um deles tem características e funcionalidades diferentes que convivem em sinergia dentro da psique do homem.

Ao passar por este rito – e ascender ao posto de homem maduro – o indivíduo também tem acesso às sombras de cada arquétipo. Desta forma, o arquétipo positivo do Rei tem como sombra o Rei da Sombra, que por sua vez tem duas divisões o Tirano e o Covarde. Se imaginarmos uma pirâmide, o arquétipo positivo ficaria no topo e os negativos nas extremidades. Para desfrutarmos das energias positivas de cada signo, temos que nos concentrar para manter a nossa posição sempre no topo da pirâmide. Caso contrário, seremos alvo de energias internas negativas que, resumidamente, impedem a nossa evolução como homens maduros.

Podemos ver claramente em Ferris  todos os arquétipos no seu pólo positivo: ele tem a direção do Rei, a energia do Guerreiro, a consciência do Mago e a paixão pela vida do Amante. Por isso ele causa tanta admiração em todos nós. Esse conjunto de qualidades o leva a ser o guia de Cameron para o amadurecimento. A preocupação com o amigo é notável ao longo do filme. Ferris poderia fazer tudo sozinho com Sloane, mas faz questão de levar Cameron junto e para mostrar que a vida acontece bem depressa.

As lições de Curtindo a Vida Adoidado

Ao longo do filme somos apresentados a uma série de questionamentos e atitudes que nos fazem pensar e repensar sobre a vida. São estes questionamentos, unidos com as atitudes de Ferris, que fazem com que Cameron amadureça. Por exemplo:

  • “Ismos”

Ferris não concorda com os “ismos”: socialismo, liberalismo e etc. Ele parafraseia John Lennon na música“God”  onde temos um Lennon cético que diz não acreditar em mágica, i-ching, bíblia, tarô, Hitler, Jesus, Kennedy, Buda, mantra, Gita, yoga, reis, Elvis e nos Beatles, mas acreditava nele e na Yoko – que, segundo ele, eram reais.

Ferris não acredita em nada além dele naquele momento. Sem dogmas, doutrinas ou fórmulas da felicidade. Pode parecer egoísta e até um pouco cartesiano, o que é um paradoxo, ao se tratar de Ferris Bueller, mas não há nada além de nós e do agora.

  • Nunca se vai longe demais.

No requintado restaurante Chez Quis, Ferris é confrontado e ameaçado de prisão pelo meître, ao afirmar que é Abe Froman, o “Rei da salsicha de Chicago” e ter uma mesa reservada. Sloane e Cameron tentam convencê-lo a desistir da ideia, alegando que ele estava indo longe demais. Ele dialoga com a câmera e diz que nunca se vai longe de mais.

Mais tarde vemos os três sentados na mesa e sendo bajulados pelo mesmo maître que queria chamar a policia para prendê-lo.

Afinal, o quão longe é demais?

  • A vida acontece bem depressa. Se você não parar, de vez em quando, para aproveitá-la, ela vai passar e você não vai nem perceber.

Essa é a segunda maior lição do filme. A frase se tornou corriqueira no nosso cotidiano, mas não a entendemos e nem a colocamos em prática em sua totalidade.

Veja que a vida “acontece” rápido demais. Ou seja, querendo ou não, ela esta acontecendo já e agora. Independe da nossa vontade. Ela é como se fosse um trem que leva a vários lugares e tem vários assentos vazios. A única coisa que nos cabe é, de vez em quando, irmos a estação mais próxima e pegar esse trem. Veja que Ferris não diz para agirmos como se amanhã fosse o último dia de nossas vidas ou que o mundo irá acabar hoje às 18h. Não. Ele diz que iremos trabalhar duro para pagar as nossas contas, correremos contra o relógio todos os dias e, apenas de vez em quando, aproveitemos um pouco a vida.

Aliás, no filme ele não faz nada demais. Não vai para a lua, não salva a América de ataques terroristas ou o mundo de robôs alienígenas gigantes e muito menos tem super-poderes.

Ele apenas curte o dia dentro das suas possibilidades.

A vida segundo Ben Stein

“Mas quem é Bem Stein?”, você se pergunta. Eu fiz a mesma pergunta quando vi os extras do filme. E fui atrás de informações sobre o cidadão.


Link YouTube | Adams? Adamley? Adamowsky? Adanson? Adler? Anderson? Bueller? Bueller? Bueller?

Ben Stein é o professor de economia que faz a chamada mais clássica do cinema.

Além disso, ele é jornalista, escritor, fez vários discursos dos presidentes Regan e Nixon, escreveu para os principais jornais americanos e tem mais de 30 livros publicados sobre temas ligados a economia e política. Com esse repertório de vida, ele tem algo a nos ensinar sobre a filosofia de vida de Ferris Buller: Ferris Bueller não tem restrições.

Ele não se sabota, como fazemos algumas vezes. É diferente de ter medo, que às vezes pode ter fundos psicológicos. A restrição imposta por nós mesmos é aquela que sabemos que podemos fazer algo diferente em uma determinada situação, mas por algum motivo consciente não fazemos. E depois que a situação passa, no final do dia, ficamos rolando na cama de um lado para o outro, pensando que poderíamos ter feito diferente, mas não fizemos. E nos torturamos por isso. Deixamos a oportunidade de fazer algo diferente e conscientemente passar.

A mudança é sempre um problema para a maioria de nós. Quando ela é interna, é  traumática e difícil de lidar. Afinal, quebrar a rotina de atitudes, ações e posicionamento perante a realidade é muito difícil. Não devemos apenas estar preparados para mudanças. Mas sim, nos permitir mudar. Essa permissão é o primeiro passo para a mobilidade interna, que nada mais é do que o desapego das nossas próprias crenças sobre a imagem que fazemos de nós mesmos. É a possibilidade de transitar entre as nossas várias facetas sem se apegar a uma só. Voltando aos arquétipos de Jung, é nos permitir acessar as nossas várias energias internas positivas e usá-las com efetividade.

Não dá para vencer se não estiver jogando

A frase de Joan Didion é a grande lição do filme. Todos os pontos apontados por mim podem ser falhos e questionáveis, mas este não. O amadurecimento de Cameron só acontece porque ele se permite sair com Ferris. Mesmo não sabendo das consequências e a contra gosto, ele toma uma atitude. Ele fica disponível para que a vida aconteça. E ela acontece, de fato, com ele e não ao redor dele.

Ben Stein disse que o dia mais feliz da sua vida foi a gravação da cena da chamada. E isso só foi possível porque ele ficava de estúdio em estúdio vendendo roteiros de filmes. E por uma série de coincidências, ele foi convidado para fazer a celebre cena. Mesmo sendo famoso e procurado por sua extensa obra e conhecimento, ele afirma que a momento só foi possível porque ele tomou uma atitude, porque ele jogou o jogo da vida.

No inicio do texto eu disse que Ferris não poderia existir.

Eu menti.

Ferris existe. Ele é um conceito de vida e filosofia de planejamento que há, mesmo que discretamente, dentro de qualquer homem. Ele é o estopim da improvisação resultante do respeito ao seu instinto.

O fato é que o mundo mudou. E essa mudança tem como principal efeito a geração de oportunidades. O futuro deixou de ter um espaço de tempo com previsões. Mas sim, prováveis constatações baseadas na realidade. Isso refletirá diretamente na variação de sucesso. É obvio que algumas teorias clássicas sobrevivem, mas a garantia de bons negócios está cada vez mais ligada com a inspiração e planejamento.

Trate o futuro não como um fluxograma dentro da planilha. Mas sim, uma coletânea de metas e ideias que precisam ser construídos dentro de um mosaico divertido e conceitual. Assim com uma missão, um plano precisa ser desenhado e escrito visando e justificando cada virgula, ponto e interrupção.

Imagine-se no meio do século. Orgulhe-se de quem você será. E para isso, o principal: curta a vida.

Mecenas: HSBC

Mais do que uma questão de conhecimento, saber gerenciar o próprio dinheiro é uma questão de maturidade e crescimento pessoal. Isso significa que o homem sábio é aquele que encontra um equilíbrio entre gastar hoje e economizar para o amanhã, aproveitando assim do melhor que a vida tem a oferecer – no presente e no futuro. Por isso, pensar em longo prazo é tão fundamental.

O HSBC preparou um estudo com diversos cenários e mudanças importantes que ocorrerão no mundo até 2050. Um dos cenários trata exatamente sobre comportamento de investidores, os melhores investimentos, relações comerciais entre países e importações.


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