Vampiros, bruxas, demônios: todos eles uma metáfora para as várias faces que temos, as várias personalidades que abarcamos.
Eu, na minha visão (que repito sempre, é tendenciosa e distorcida) vejo o julgamento como uma forma nociva de relacionamento com o universo.
Tolamente, acreditamos conhecer tudo sobre um assunto ou alguém, e logo rotular o tema, como se fosse algo morto, um fóssil. As pessoas e o mundo estão constantemente mudando. Embora alguns traços sejam persistentes, o universo sempre poderá te surpreender.
E no entanto, escolhe aquela visão pronta, definida, e qual o motivo?
Para que seu ego se satisfaça, a crença de que "sabe" alguma coisa? Se todos os nomes são apenas "placas que indicam algo", e não aquele algo. "Alho é uma palavra, mas o sabor de alho é uma experiência."
É fácil demais, cômodo demais definir pessoas e coisas. E o critério que usamos é a nossa experiência até o momento presente, que convenhamos: é limitada.
Essa dimensão deve ser o "mundo das idéias" que aquele filósofo grego comentou (Pitágoras?)
Ou talvez não... quantas camadas da realidade conseguimos enxergar?
Mas eu escrevi tudo isso para sugerir uma idéia para quando as pessoas, armadas com suas concepções, vierem perfurar seu corpo, com suas lâminas sujas e afiadas:
Não permita que a realidade alheia domine seu universo. Seu universo é criado por você mesmo. Talvez na sua insegurança, na necessidade de uma opinião terceira, você se deixe abater pelo ferrão que é o olhar alheio.
Não que o olhar alheio seja inteiramente inútil: ele só não é a realidade absoluta. Não tome o olhar alheio como lei imutável que irá reger seu mundo interior.
Seria como, dentro do seu castelo, quem se sentasse no trono fosse outra pessoa e não você.
Lembrar sempre: as visões alheias são comentários, sugestões, podem até trazer relances de verdade, mas não da verdade absoluta.
E se alguém, estrangeiro ao teu universo, diz conhecer tudo sobre você, desconfie: você pode estar sendo manipulado.
Nesta situação, mesmo que seja você sentado no trono, tem um conselheiro ao seu lado ditando tudo que deve fazer, como proceder.