segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Forja ou Relacionamento com o Universo



Deve haver uma dimensão em que seja possível perceber isso. Nosso lado monstruoso, o lado que mostra as energias que emanamos, e como elas interagem com as outras pessoas, seres vivos, meio ambiente.

Vampiros, bruxas, demônios: todos eles uma metáfora para as várias faces que temos, as várias personalidades que abarcamos.

Eu, na minha visão (que repito sempre, é tendenciosa e distorcida) vejo o julgamento como uma forma nociva de relacionamento com o universo.

Tolamente, acreditamos conhecer tudo sobre um assunto ou alguém, e logo rotular o tema, como se fosse algo morto, um fóssil. As pessoas e o mundo estão constantemente mudando. Embora alguns traços sejam persistentes, o universo sempre poderá te surpreender.

E no entanto, escolhe aquela visão pronta, definida, e qual o motivo?

Para que seu ego se satisfaça, a crença de que "sabe" alguma coisa? Se todos os nomes são apenas "placas que indicam algo", e não aquele algo. "Alho é uma palavra, mas o sabor de alho é uma experiência."

É fácil demais, cômodo demais definir pessoas e coisas. E o critério que usamos é a nossa experiência até o momento presente, que convenhamos: é limitada.

Essa dimensão deve ser o "mundo das idéias" que aquele filósofo grego comentou (Pitágoras?)

Ou talvez não... quantas camadas da realidade conseguimos enxergar?

Mas eu escrevi tudo isso para sugerir uma idéia para quando as pessoas, armadas com suas concepções, vierem perfurar seu corpo, com suas lâminas sujas e afiadas:

Não permita que a realidade alheia domine seu universo. Seu universo é criado por você mesmo. Talvez na sua insegurança, na necessidade de uma opinião terceira, você se deixe abater pelo ferrão que é o olhar alheio.

Não que o olhar alheio seja inteiramente inútil: ele só não é a realidade absoluta. Não tome o olhar alheio como lei imutável que irá reger seu mundo interior.

Seria como, dentro do seu castelo, quem se sentasse no trono fosse outra pessoa e não você.

Lembrar sempre: as visões alheias são comentários, sugestões, podem até trazer relances de verdade, mas não da verdade absoluta.

E se alguém, estrangeiro ao teu universo, diz conhecer tudo sobre você, desconfie: você pode estar sendo manipulado.

Nesta situação, mesmo que seja você sentado no trono, tem um conselheiro ao seu lado ditando tudo que deve fazer, como proceder.

domingo, 29 de janeiro de 2012

O Efeito Destrutivo dos Nomes

Olhe para eles.

Como grades de cercas, retorcidas, tentando prender a realidade, que se esvai como areia pelos dedos.

E são apenas opiniões.

Aquelas mesmas parciais e tendenciosas que eu considero tão vazias.

Deixe que meus olhos absorvam.

Não quero ouvir o som do movimento dos seus lábios, dizendo que é assim ou assado.

Deixe eu sentir o gosto!

Não sou filhote pra comer mastigado, aquilo que outros regurgitaram.


Esse é o perigo dos nomes. Os nomes acomodam, nos fazem pensar que as coisas estão prontas para serem assimilidades, absorvidas... enquanto elas deveriam ser experimentadas de forma integral e virginal.

Pontos de Vista


Seguindo o princípio de que a experiência pessoa é algo intransferível, pode-se dizer que o mesmo se dá em relação a visão que cada um tem do mundo (e dos outros).

Desde que o ser humano determinou a possibilidade de fazer escolhas, ele tem lidado com as consequências destas.

Mas repare, quais são os olhos alheios que lhe enxergam e lhe rotulam?

Será que eles sibilam com a sincronia da atualidade, ou estão presos a conceitos coloridos do século passado?

"Me diga os valores que cultuam, e eu lhe direi quem são." parafraseando alguém que nasceu antes de Cristo.

A insatisfação com os alheios merece o apertar de pause do botão cósmico do universo, pra que você olhe para si mesmo e pergunte, com sinceridade:

"O que estava esperando?"

Porque nós estamos aqui, cada um, dentro de sua nave corporal, com seus vários compartimentos, e podemos visitar os mundos estrangeiros a qualquer minuto, mas nos prendemos nos planetas inferiores, que não proverão o alimento necessário ao nosso crescimento e evolução.

E essa filosofia dos antigos, a filosofia ruim e parca, anda por aí, com sua navalha enferrujada, cortando todos que se submetem a ela.

São os olhos limitados, essas ferramentas tão bonitas e úteis, servindo a mestres cegos.

A visão alheia deve ser encarada como algo divertido: sempre será uma visão incompleta, parcial e tendenciosa, da qual poderemos até tirar insights, mas que nunca serão um retrato fiel da nossa realidade.

Serão mais rótulos aos quais você poderá se vangloriar de ter recebido (positiva ou negativamente).

É como se cada pessoa criasse um apelido (definição rasa) para você, mas ninguém sabe realmente seu nome completo.

Castelos na Areia








"Quando as pessoas vem me perguntar se aquilo que digo ou acho que sei são verdades, eu me sinto como se fosse uma criança que é abordada por alguém enquanto brinco de fazer castelos na areia: para mim é meu reino perfeito. Para os outros, apenas um amontoado de areia."


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Viver

"Se viver é uma aventura perigosa, então que seja divertida!"

Princípios Solipsistas

1. A verdade é individual e intransferível;

2. Para qualquer um que não seja eu, a verdade é ficção;

3. A minha verdade, portanto, ficção alheia, pode servir de estímulo, auxílio ou exemplo;

4. Anotações sobre eventos alheios podem ser úteis, mas somente a experiência pessoal é válida;